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Nasce para suprir a lacuna entre os programas considerados de “fora para dentro” ou os assim chamados de “motivacionais” e aqueles que envolvem mergulhos na psique e em suas dimensões inconscientes com especialistas em psicoterapias profundas.

Supre a necessidade das pessoas de desenvolverem capacidades internas e autonomia no uso de recursos na condução do autodesenvolvimento puramente de “dentro para fora”. Abaixo, o posicionamento da Universidade da Pessoa®:

As mudanças sociais no trabalho, família, valores, relacionamentos, compartilhamento social, tecnologias e nas demandas do trabalho e do sentido de sucesso têm qualidades exponenciais jamais vistas pela raça humana. E tudo isso gerando um fardo adaptativo para a pessoa que é agora chamada a responder de maneira preparada e autônoma. Cresce a velocidade da necessidade adaptativa e de uma atenção contínua nos recursos de autotransformação.

Contudo, nossos mecanismos adaptativos não acompanham tais velocidades. Continuamos a reagir com padrões emocionais e estratégias estacionadas em processos inconscientes. De um lado, adultos, de outro lado ainda mantendo padrões associados a estágios infantis de desenvolvimento. É assim com a maioria de nós.

De um lado, parece que já não temos tanto tempo para nós mesmos, de outro, nunca houve um tempo em que investir em si mesmo foi tão determinante. As palavras de Carl Gustav Jung resumem esse pensamento:

“Até você se tornar consciente, o inconsciente dirigirá sua vida e você o chamará de destino”.

PROPÓSITO

Um propósito integra a finalidade de longo prazo, o conjunto de valores e expressa a natureza do trabalho proposto.

Deve ser suficientemente inspirador para que continuamente estimule a evolução e transformação.
A Universidade da Pessoa® tem uma finalidade social. O meio são as pessoas. Elas, as pessoas, ao realizarem seus propósitos contribuem com a finalidade da Universidade da Pessoa® influenciando os seus ambientes e apoiando o desenvolvimento de outras pessoas.

Nosso propósito está em compartilhar recursos para que as pessoas possam viver para além da ansiedade. Isto acontece pelo aumento da capacidade reflexiva, pelo aumento da intimidade com si mesmo, pela habilidade de autoexploração, de autoinquirição e consequente autotransformação, pela capacidade de compreender a si e aos outros, pela capacidade de olhar para si e para os outros pelos recursos do Self.

Nosso propósito se compõe de algumas qualidades distintivas: 

1. INTEGRIDADE E SABEDORIA

É parte do propósito da Universidade da Pessoa® transferir conhecimentos e recursos pessoais para que cada um alcance um estágio de desenvolvimento caracterizado por Integridade e Sabedoria – nosso estágio último.

Integridade e Sabedoria são construídas. Ao longo de cada estágio ou idade acumulamos virtudes e más adaptações (Erikson).

Virtudes.
São as sabedorias específicas que resultam das boas soluções das crises de cada estágio. As más adaptações nos mantêm em ‘modo de sobrevivência’.

Integridade.
Sentimento interno que decorre de você estar em acordo com a sua vida, com um mínimo de arrependimentos. É a integridade do ‘Eu’ que acumulou virtudes e se tornou capaz de manter um diálogo de desenvolvimento e evolução entre o ‘Ego’ e o ‘Self’. Isso garante um viver que se autorrealiza no propósito social do nosso desenvolvimento.

Sabedoria.
É importante compreender como usamos o conceito de Sabedoria. Significa uma capacidade de compreender as causas e consequências últimas das coisas com as quais estamos envolvidos, o que gera prazer com a reflexão profunda, tolerância às incertezas, compreensão e autodeterminação nas ações. Uma sabedoria capaz de aconselhar, aceitar, demonstrar generosidade, abertura e compaixão. Refere-se a pessoas comuns, e não exclusivamente àquelas ‘iluminadas’ ou geniais.

Para desenvolver tal condição, a Universidade da Pessoa® se propõe a:
Manter um ambiente que convida as pessoas a continuamente expandirem seus esforços de autoconsciência e compreensão de si e dos outros.
Manter um ambiente em que mais e mais as pessoas se motivem por ter alternativas às recompensas externas baseadas no prazer imediato e em evitar ‘traições’ a si mesmas. Tais recompensas têm a ver com um sentimento de gratificação pessoal intrínseca decorrente de um viver com as próprias verdades. A isso chamamos de Sinceridade.

Sabedoria envolve uma atitude desinteressada e orientada para a continuidade de buscar realizações, não importando o ‘tamanho’ delas. Sabedoria e Integridade se complementam. É uma Integridade pessoal, experimentada internamente, e capaz de influenciar os contextos pela confiança e coerência.

Há três consequências para o desenvolvimento individual e coletivo da Sabedoria:

Primeira, proporciona um mecanismo para a evolução cultural por motivar as pessoas a expandir seus esforços de compreensão e consciência do ambiente, e das relações de que participam.

Segunda, ir além das ações meramente escolhidas com base nas necessidades e desejos imediatos, muitas vezes inconscientemente determinados. Mantendo-se no imediato começamos também a duvidar de que o resto do mundo será capaz de proporcionar uma confiança de que é possível ir muito longe.

Terceira, um desenvolvimento pessoal que se proponha buscar sabedoria a respeito de si, dos outros e para o geral da vida evitará um padrão de viver desgostoso e sem alimentar sentimentos de ‘estagnação e de desespero’. O tempo para reverter o que quer que nos alimente com sentimentos de arrependimento, de oportunidades perdidas, ressentimentos, frustrações e mesmo vazio gradualmente diminui.

Integridade demanda tato, contato e emocionar-se. Junto com Sabedoria, integridade envolve viver além da ansiedade. Aqui se resume mais um propósito da Universidade da Pessoa®: acesso a si mesmo para viver além da ansiedade, recuperando a autonomia pela fé em si, nos outros e no futuro, sem esperar garantias que tudo e todos corresponderão da maneira desejada.

2. ALÉM DO MODO DE SOBREVIVÊNCIA E DA ANSIEDADE

Modo de sobrevivência é um dos conceitos mais esclarecedores que a Universidade da Pessoa® utiliza para descrever a diferença entre padrões de más e boas adaptações.

Tais padrões determinam as maneiras que produzimos significados para as nossas experiências.

É um conceito análogo aos recursos que nossos ancestrais dispunham para sobreviver, reproduzir e prosperar. As nossas mudanças genéticas nos últimos doze mil anos foram superficiais, como cor dos olhos e cabelos. E continuamos ‘equipados’ com os mesmos padrões biológicos de reações para ‘escapar e sobreviver’.

Mas, hoje, vivemos em condições drasticamente diferentes, experimentando uma ‘incompatibilidade evolutiva’ que afeta nossa saúde física e emocional.
Tais ‘incompatibilidades’ nos tornam propensos a ativar dentro de nós vários estados de ‘modo de sobrevivência’. Nosso projeto ‘humano’ está concebido para ‘entrar em modo de sobrevivência’ sempre que nossa vida está em risco.
Diferente das épocas de ‘andar e caçar’ e sentir medo de ataques reais, nós ‘entramos’ em modo de sobrevivência quando sentimos qualquer tipo de dor ou sofrimento emocional – seja autopiedade, culpa, ou por sentimentos e emoções reprimidos atuando no nosso inconsciente.

Dessa maneira permanecemos operacionalmente jogados em um estado de ‘luta’ constante, agora contra um ‘inimigo’ mental, emocional e muitas vezes sem forma definida, isto é, as emoções nos tomam quando as situações atuais se configuram como que ‘repetindo’ as ameaças anteriormente vividas.

Nossos relacionamentos são críticos para nosso bem-estar. Contudo as mais profundas e opressivas reações que possamos sentir só fazem sentido no contexto passado do ‘caçador-coletor’, em constante luta pela sobrevivência.

Porém, hoje, as armas para as dores e medos não são as mesmas, e nossos modelos de ensino-aprendizagem pouco têm ajudado a lidar com tais questões. Na falta de inimigos reais, entramos em ‘stress’ num modo de sobrevivência desnecessariamente ativado e pouco saudável.
Dores, medos, traumas, vergonha, humilhação, sentimentos de inferioridade, raiva ou ódio, nos mantêm presos a um passado, em modo de sobrevivência.
Assim permanecendo, em certas circunstâncias ficamos ‘presos’ a um passado e o hoje se torna uma constante repetição de ameaças. As ansiedades a ‘perigos’ nos colocam em posições defensivas, as emoções nos levam a reações abruptas, irracionais, para preservar ‘algo’ que não estamos certos do que se trata. Esse ‘modo de sobrevivência’ é biologicamente coerente, mas existencialmente incompetente. Permanecemos, como adultos, num modo de autoproteção que constantemente revive, inconscientemente, experiências de medos infantis.

Transformar nossos ‘modos de sobrevivência’ envolve reativar aquelas experiências estacionadas em períodos anteriores e liberar qualidades que ficaram adormecidas em tempos passados.
Além da ansiedade. (em: Erikson, E; Infância e Sociedade).

Ansiedade é diferente do medo que pode ser dimensionado, avaliado, reconhecido e de certa forma tratado, isto é, medos reais que não nos colocam em ‘modo de sobrevivência’. Se o perigo é o de uma depressão econômica, o indivíduo pode sentir medo de perder sua renda e há uma justificativa para tal. Mas a ideia de viver com uma renda só dez vezes, e não vinte vezes maior do que os outros, e isso leva a pessoa a se sentir deprimida e desencorajada, então será importante que entenda a razão do por quê a riqueza foi a pedra angular da sua identidade.

Ansiedades, então, são aqueles estados difusos que dão a sensação de que existe um perigo, mas sem apontar caminhos adequados de defesa ou controle. A ansiedade crescente afeta o julgamento do adulto gerando um curto-circuito entre temores adultos racionais e ansiedades de questões acumuladas em estágios anteriores do nosso desenvolvimento. A ansiedade nos arrasta para condutas irracionais de fuga ou negação dos ‘perigos’ para os quais não temos razões para temer excessivamente, ou ignorando-os inadvertidamente.

3. AUTONOMIA

Autonomia é o oposto a modo de sobrevivência.

Quando em modo de sobrevivência estamos ‘inundados’ pelas emoções e pelas irracionalidades das reações. É como se não tivéssemos escolha, a não ser se sentir ‘tomado’ por um estado de reações inconscientemente determinado e, por isso, sujeitados, i.e., ficar submetido a.

Autonomia é a possibilidade de escolher o modo de reagir e de iniciar uma ação. Uma ação que tem base reflexiva capaz de considerar diferentes âmbitos: motivações internas, partes envolvidas, identidade e moralidade.
Nascemos por um movimento de dentro para fora. É uma autonomia desde o nascer. Crescemos e nossa autonomia de movimentos continua por meio de impulsos e necessidades internas que nos levam a experimentar, explorar o meio, conhecer e testar.

As boas adaptações reforçam nossa autonomia e vão acumulando capacidades. A perda da autonomia e do movimento de dentro para fora decorre do quanto fomos infelizes em elaborar as ‘tarefas’ de cada estágio de desenvolvimento.
As assim chamadas más adaptações minaram nossa força de vontade, iniciativa e sentimento de competência, senão mesmo o próprio sentimento de identidade. Deixamos de responder a nós mesmos e passamos a ficar reduzidos às respostas que ‘vem de fora’.

A Universidade da Pessoa® compreende que uma pessoa desenvolveu autonomia quanto mais ela consegue estabelecer diálogos com seu mundo interno aproximando-se do seu Self, tornando-se mais e mais consciente de si mesmo, passando a viver ‘em tempo real’.

Autonomia é da natureza do viver. Nunca foi uma conquista e, sim, uma perda. O livre-arbítrio é a capacidade de fazer com alegria aquilo que se quer fazer.
Ainda retomando Jung:

“Sou, eu mesmo, uma questão colocada ao mundo e devo fornecer a minha resposta; caso contrário, estarei reduzido à resposta que o mundo me der”.

4. FLOW E AS QUATRO JORNADAS

O CONCEITO DE FLOW – (Mihaly Csikszentmihalyi)

As pessoas são mais felizes quando estão em Flow – um estado de concentração ou absorção completa pela atividade em questão e situação.

Flow é um estado ótimo de motivação intrínseca, onde a pessoa está totalmente imersa no que está fazendo.
Este é um sentimento que todos nós já experimentamos. Envolve sentimentos de grande engajamento, satisfação e competência – durante os quais as preocupações temporais (tempo, comida, ego-self, etc.) são geralmente ignoradas.

Nessas condições o ego fica como pano de fundo, não predomina. Todo o ser da pessoa está envolvido e todas as habilidades estão sendo aplicadas.
Flow existe quando há o equilíbrio desafio-competência. Esse é um estado que o autor chama de ‘personalidade autotélica’, isto é, uma pessoa que executa atos porque eles são intrinsicamente gratificantes, ao invés buscar recompensas extrínsecas exclusivamente.

Csikszentmihalyi descreve a personalidade autotélica como uma característica possuída por indivíduos que podem aprender a desfrutar de situações que a maioria das outras pessoas consideraria ‘pequenas’. Outras qualidades dessas pessoas seriam curiosidade, persistência e humildade.
AS QUATRO JORNADAS – (Gillian Stamp – bioss International)

Este conceito propõe olhar para nossas vidas por quatro caminhos que se interconectam. Significa que desenvolvemos as quatro jornadas durante a vida e que é particularmente importante estarmos conscientes das demandas de cada uma delas e como desfrutar de cada uma delas sem que se oponham umas às outras, ou deixando de considera-las por privilegiar umas sobre as outras.

Jornada do Self ou jornada subjacente. Refletir sobre a jornada do Self ajuda-nos a ouvir nossa própria história, a ver as coisas de maneira diferente do modo que pareciam ser naqueles momentos – a compreender mais da experiência e ver o que aprendemos; envolve aprofundar a compreensão das nossas próprias forças e vulnerabilidades e se tornar mais conscientes das histórias daqueles com quem nos relacionamos.

Um importante elemento do Self é a nossa ‘capacidade’ na medida em que ela se desdobra com o tempo. A capacidade tem a ver com o uso do nosso julgamento quando nós não sabemos o que fazer. O pré-requisito para um julgamento sadio é ser capaz de manter sua cabeça ativa em face das complexidades e volatilidades da mudança. É o elemento chave da prontidão para lidar com as complexidades e incertezas que nos afetam.

Jornada Pública. Nossa capacidade se expressa e se afirma no trabalho. Expressamos essa capacidade liderando, sendo liderado, sendo parte de grupos ou empreendendo. Aqui temos responsabilidades a cumprir na forma de compromissos com recursos, gastos, custos, uso da criatividade e qualidade dos relacionamentos em diferentes contextos. Podemos ter um sentimento de estar superdimensionados, subaproveitados ou em Flow com nosso trabalho. Podemos ter sentimentos de pouca realização, perda de motivação, e sabemos como tudo isso influencia as decisões. No íntimo buscamos um trabalho que nos realize. Outros podem, por algum motivo, não buscar tais realizações e poderão acumular frustrações e sentimentos de que ‘o que fiz não valeu a pena’.

Para muitos a jornada pública predomina sobre as demais, mas só descobrem isso muito depois.

Jornada Privada. É compartilhada com a família, com a comunidade e nela estamos próximos às jornadas das outras pessoas. Em muitos casamentos e relacionamentos há espaço para a expressão da jornada pública com todos os ingredientes que têm a ver com a expressão da capacidade, pela pressão do tempo, por administrar duas carreiras – e administrar uma casa também. Frequentemente acontece que um dos parceiros pode assumir um ou mais papéis de uma liderança sênior na época em que os filhos adolescentes podem precisar de mais compreensão e apoio em casa. Ou quando os pais, idosos, requerem mais cuidados.

Quando nos sentimos culpados por negligenciar a jornada privada frequentemente tentamos explicar a situação mais do que tentar ‘tecer’ juntas as quatro jornadas. Explicamos a distância de filhos, reconhecemos a necessidade de aprofundar os relacionamentos em casa, atender às expectativas do casamento, ansiosos por colocar os filhos na cama, mas pode parecer que ‘nunca dá tempo’.
O modo de refletir sobre o equilíbrio entre as jornadas pública e privada é dar uma pausa e aprender com o onde se escolheu não estar.

Jornada Pessoal. É a jornada através da qual nós cuidamos ou não de nós mesmos e tecemos junto às outras jornadas. Tem a ver com o encontrar ‘a semente’ de si mesmo e aprender a como segui-la e ir com ela. Esta jornada pode ser pensada analogamente a correr, ouvir a uma música, criar modelos, cozinhar, sair com sua moto, orientar-se.

A essência é ter tempo e espaço para nós mesmos e para a reflexão – isto pode ser tanto momentâneo como mais focado. Algumas pessoas não estão cientes e dedicam muito pouco tempo para suas jornadas pessoais até que enfrentam uma crise. Como alguém já o disse, esta é a jornada para assegurar que o seu self não desapareça.
A jornada pessoal nos coloca em contato com nossos recursos internos – o julgamento que nos permite tomar decisões sábias quando nós não sabemos o que fazer. Podemos fazer isso fugazmente ou podemos escolher nos tornar mais conscientes desta ‘atividade de resposta’, a de ‘saber que podemos ver para trás e para frente e num ‘flash’ dar forma ‘às confusões e caos da vida cotidiana’.
Quatro Jornadas e Flow.

A jornada pessoal dá suporte à jornada do subjacente e do self ajudando-nos a nos libertar da ideia de que nossos pensamentos e obrigações conscientes são ‘tudo o que é’. Ajuda-nos a estar em contato e a confiar nos nossos recursos internos. Isto aparece mais facilmente quando estamos em Flow.

Tecer as quatro jornadas juntas pode nos trazer um sentimento de completude. É um processo. Compreender e aceitar que podemos não estar em Flow em uma ou mais jornadas é uma atitude que nos permite compreender como não estamos trazendo bem-estar para as outras pessoas e nem reconhecendo como estão vivendo as suas jornadas.

5. VIVER UMA VIDA IMPECÁVEL

Um dos propósitos da Universidade da Pessoa® é ajudar na busca daquelas condições que vamos chamar de viver uma vida impecável. Envolve equilibrar a tensão entre uma realidade ‘externa’, pela qual poderíamos estar ‘submetidos’, e uma ‘interna’, da qual estamos distantes.

Outro modo de dizer é que nossa vida se construiu por meio da elaboração das tensões entre o ‘currículo externo’ que a ‘sociedade’ nos coloca e o ‘currículo interno’ representado pelas Oito Idades do Nosso Desenvolvimento. As virtudes decorrentes das boas elaborações de cada estágio se tornam os recursos acumulativos para lidar com os próximos.

Compreendendo as ‘tarefas e crises’ de cada estágio podemos dar atenção consciente aos desafios atuais e os que virão, e canalizar nossas energias para lidar com eles apropriadamente, e nos prepararmos para o próximo.
A ideia de viver uma vida impecável começa aceitando que a nossa vida é curta. Um olhar para a nossa vida pela perspectiva do sentimento de autorrealização e pela qualidade de nossas ações dá uma ideia do que poderia ser viver uma vida impecável.

Assumir que nossa vida é curta envolve ter a morte como conselheira. Significa um sentimento de ‘não ter tempo a perder’ ou que somente os imortais têm tempo a perder.
Cada uma de nossas ações seria entendida como podendo ser sempre a última, daí seguir nossa ‘verdade’ interior por meio da sinceridade exterior de sua expressão.

Cada uma das ações refletiria o melhor de nós mesmos e a natureza de cada um de nós em cada momento. O tempo é, assim, a essência da atenção: caminhamos na direção de um ‘tempo’ futuro ou, de outra maneira, o ‘tempo futuro’ a cada dia se aproxima de nós.
Esse texto sobre vida impecável foi inspirado, em parte, nas obras de Carlos Castañeda, nos ensinamentos de Dom Juan.

PRINCÍPIOS

Princípios são os fios condutores que orientam tudo o que pensamos e propomos fazer por meio da Universidade da Pessoa®, e onde encontramos razões e inspirações.

1. Fenômenos humanos são biológicos em suas raízes, mentais em seus meios e sociais em seus fins. (Piaget, retomado por Erik Erikson).
Esse princípio nos mostra onde colocar a atenção na construção dos programas de autodesenvolvimento e como entender a finalidade última do nosso desenvolvimento.
Nosso mundo interno é o meio pelo qual nossas estratégias, reações, emoções, interpretações, estagnação se organizam e determinam nossos vínculos com o ambiente.

Esse princípio define a estratégia principal da Universidade da Pessoa®: acessar a Si mesmo é explorar este mundo interno.
Entrar em contato com Si mesmo é uma experiência esclarecedora, emocionalmente edificante; é um ‘enxergar-se’, talvez de uma maneira nunca vista e percebida. É reconhecer-se, estar próximo de si mesmo e tomar-se como companheiro. É uma experiência que muda nosso modo de ver a nós mesmos, aos outros e as coisas do mundo.

2. Desenvolvimento de dentro para fora
Entende que os organismos são determinados por sua própria estrutura e só aceitam as mudanças que mantenham as suas coerências.

Assim, a ‘decisão’ de aprender, mudar e o que mudar é sempre uma decisão ‘de dentro para fora’.
Com base nesse princípio o melhor que podemos fazer é disponibilizar os conhecimentos, recursos e desenhar práticas que torne possível o ‘acesso a Si mesmo’ e assumir que cada pessoa poderá mais e mais autoconduzir-se, para além da ansiedade.

Nos dizeres de Jung, ‘Aquele que olha para fora sonha. Mas aquele que olha para dentro acorda’.

3. Estágios de desenvolvimento
As ciências do desenvolvimento humano concordam que passamos por estágios de gradual amadurecimento, descritos de diferentes maneiras, seja no campo cognitivo, psicossocial como moral.

Assumindo que nosso desenvolvimento segue estágios ou idades podemos olhar para eles retrospectivamente e prospectivamente. Nossas virtudes, capacidades e más adaptações decorrem da felicidade com que elaboramos cada estágio, cada tarefa.

Pensar por estágios esclarece que sentimentos de más adaptações decorrem de fases anteriores, e ainda continuam a existir como se ‘não estivéssemos crescido’. Acessá-los é fundamental para a continuidade do nosso desenvolvimento sem ansiedade e sem viver em modo de sobrevivência.

O princípio epigenético do desenvolvimento psicossocial nos diz que existem estágios a serem experimentados ao longo da nossa vida.
Construímos nosso sentimento de ‘eu’, de identidade, de força, de ação intencional, de convicção e confiança na capacidade, gradualmente acumulando os recursos desenvolvidos em cada estágio.

Tal princípio também nos permite antecipar ‘o que virá’ e como o nosso desenvolvimento atual está nos preparando para os próximos estágios.

Entender o que virá nos dá uma informação fundamental para olhar para o hoje e identificar o que reorganizar.

A Universidade da Pessoa® assume os estágios do desenvolvimento como um dos principais conhecimentos a serem compartilhados e transferidos a cada participante.

E pretende que cada um os incorpore e os levem para seus ambientes enquanto recursos para compreender, agir e interferir em favor da saúde das relações que estabelece e nas quatro jornadas de sua vida.

PARA QUEM É A UNIVERSIDADE DA PESSOA

É para toda pessoa que acredita que a continuidade de seu desenvolvimento envolve um ‘mergulho’ numa jornada interior. É para quem sente um desencontro entre suas expectativas e as realizações nas quatro jornadas de suas vidas: pública, privada, pessoal e do Self. Qualquer pessoa que se perceba ineficiente: no trabalho, como líder ou liderado; nas tomadas de decisões; nas relações afetivas; no casamento, como pais e cônjuges; como cuidadores, na escola, como professor ou aluno.

Toda pessoa que, confrontada com demandas sociais, possa se sentir confusa e em conflito tanto em relação ao entendimento delas quanto às próprias reações. Toda pessoa que se sente canalizando mal suas energias, trazendo dificuldades a outras pessoas, sentindo-se desconectada ou sentindo-se “estacionada” e sem saídas. Toda pessoa que queira “olhar para si mesma” e exercitar-se além daquilo que toma “como certo”, revendo as bases de sua identidade até então e compreendendo as possibilidades de expansão.

Pessoas que querem compreender como algumas instituições limitam o pleno uso de suas capacidades, mantendo-as funcionando em níveis abaixo de suas potencialidades. Toda pessoa que queira ampliar seus conhecimentos sobre o desenvolvimento da natureza humana, seus estágios de maturidade e de consciência social, e como podem ser úteis para lidar com os diferentes contextos de nossas vidas.

Toda pessoa que busca ampliação da consciência social e autonomia na aplicação de recursos de autodesenvolvimento.

NOSSO ENTENDIMENTO DO QUE É UMA PESSOA
A compreensão ‘do que é uma pessoa’ orienta nossas propostas de trabalho. Entender ‘pessoa’ é diferente de entender um ‘ser humano’.

Contar o número de pessoas num campo de futebol definiria o que é uma pessoa? Ou, de outro lado, se alguém age somente em função de seus impulsos ou desejos, contrário ao seu racional, definiria o que é uma pessoa? Uma pessoa dependente de álcool ou droga estaria exercendo sua autonomia?

Entendemos pessoa como alguém capaz de fazer escolhas independentemente de certas formas de interferências. Isto é, se algum objetivo é definido pela coerção de outros ou pela força de nossos desejos não razoáveis, então não somos autônomos. A capacidade da pessoa de agir por razões é parte do modo de tratar alguém como tal.

Assim, não deveríamos agir em relação ao outro como se ele fosse incapaz de fazer escolhas independentes. E também não deveríamos enganar aos outros para que eles se tornassem incapazes de agir por discernimento, como também não deveríamos anular as escolhas que fazem. Por outro lado, se outros seres humanos não estiverem agindo de forma autônoma, poderia ser apropriado não os tratar como pessoa? Por exemplo, seria apropriado substituir a escolha de um alcoólatra por outra bebida se estivéssemos convencidos de que o mataria?

Quando estamos em ‘modo de sobrevivência’ estamos sujeitados a razões inconscientes. Em tais momentos, é como se ‘não fossemos uma pessoa’ (como autonomia de escolhas).

A Universidade da Pessoa® está interessada bem mais nas razões por detrás das ações, palavras e reações que ‘traem’ nosso viver autônomo ou, ainda, quando ‘traímos a nós mesmos’, e menos nas questões filosóficas de determinismo ou livre escolha.

Mais uma vez citando Jung: “Sou eu próprio uma questão colocada ao mundo e devo fornecer minha resposta; caso contrário, estarei reduzido à resposta que o mundo me der”.

ESTRATÉGIA

Os princípios se materializam por meio de modos de agir que levam à realização do propósito da Universidade da Pessoa®. 

ACESSO A SI MESMO

Acesso a si mesmo tem dois significados conforme o “s” minúsculo ou “S” maiúsculo. De um lado, “acesso a si mesmo” é o modo pelo qual a pessoa aprende a se auto-observar, a se autoindagar ou inquirir, e a se autoexplorar. Por meio de abordagens introspectivas e com atividades controladas e conduzidas por nossos mediadores, o “acesso a si mesmo” é o processo pelo qual você se envolverá com o seu “universo” interno, mental, para compreender de uma maneira guiada como esse mundo se organiza, isto é, como um conjunto de personagens, subpersonalidades ou “partes” que formam uma “família” e, tal qual uma família, estabelecem uma dinâmica de relacionamentos. Esses relacionamentos são as causas das emoções, reações, sentimentos e estratégias que nos tomam ou ajudam. O “acesso a si mesmo” abre as portas para esse mundo interno e será a constante em todas as imersões e programas oferecidos.
De outro lado, “acesso a Si mesmo” também significa “acesso ao Self”. O nosso Self é o que produz um sentimento de “esse sou Eu”, nos gera tranquilidade para olhar para as diferentes situações – “dentro e fora de nós mesmos”- com bom discernimento. No sistema da família interna o Self é a parte capaz de curar as “dores”, os conflitos, as experiências dolorosas, como também articular a harmonização e transformação de algumas de nossas “partes” que precisam de cuidado. O Self é o “lugar” da curiosidade, da calma, da conexão, da autoaceitação e compaixão. Mantendo-nos em modo de sobrevivência permanecemos distantes do Self. Mas ele está lá. Muitas vezes ouvimos seus conselhos e reflexões; outras vezes deixamos de considera-los, e nos criticamos ainda mais. Para outras pessoas ele está “esquecido” e submetido a partes que nos “tomam” invadindo-nos com suas emoções mal elaboradas.
O “acesso a Si mesmo” é uma das aprendizagens mais valiosas que a Universidade da Pessoa® poderá lhe oferecer. Isto é, a aprendizagem de “acessar a Si mesmo” e sentir quão poderoso e vitalizador é esse contato. Uma vez desenvolvido tal acesso, esse recurso será seu e estará sempre ao seu alcance ao longo das suas jornadas da vida.

MOVIMENTO DE DENTRO PARA FORA®

O movimento de dentro para fora significa que cada um de nós nasce com uma vontade implícita de autorrealização. Existe uma intencionalidade natural em cada um de nós, algo como “vontade de ser”. Essa vontade nos projeta como pessoas que buscam a realização social do desenvolvimento. Na perspectiva puramente psicossocial, essa seria a nossa “grande tarefa”.
Ao longo dos estágios do nosso desenvolvimento acontece um distanciamento dessa vontade de ser em função de más resoluções que se transformam em más adaptações. De alguma forma, pelas interações com o “currículo externo”, cultivamos um modo de viver cujo controle parece ter ficado bem mais com o ambiente e os critérios externos do que “dentro de nós mesmos”. Essa distância é uma das causas principais de diversos sentimentos que nos acompanham por anos: sentimento de frieza, de distanciamento, de não poder, de não conseguir, de não querer, de desistir, de adiar decisões, de sentir-se inferior, sentir-se com desempenhos fracos, sem afetividade, sentir-se incompetente para aprender mais ou sem curiosidade para expandir os horizontes e conhecimentos.

Profundidade autonomia e amplitude da consciência

Quando perdido, o fio de vontade que nos conduz para a realização precisa ser recuperado para sua vida continuar pela força inerente que nos coloca em movimento, a força da vontade inata.

Você pode perceber que perdeu esse fio condutor quando se vê sentindo “vontade de ter vontade” – tal qual um elo perdido, um sentimento de que essa energia “ficou lá para trás”, e nos traz um sentimento de nostalgia e até depressão. Retomar isso significa retomar a vitalidade, retomar a confiança nos julgamentos e de fazer escolhas que atendam à vontade de ser; também significa trazer de volta a alegria para os diferentes papéis que desempenhamos na vida, um olhar para o futuro com otimismo e preparar-se conscientemente para os novos estágios que virão.
O movimento de dentro para fora é possível quanto mais e mais acessamos a nós mesmos naquelas dimensões por detrás das palavras, das irracionalidades, que nos mantêm estacionados em tempos passados, mantendo o modo de sobrevivência. O contato com nossas estratégias de autoabsorção, autopreservação, de manutenção de padrões reativos, de reações raivosas, de juiz crítico exagerado, de afastamento é a forma como podemos resgatar essa “vontade de viver”. Esse movimento não é sujeito a vontades externas. Não é sujeito a exortações ou motivações de fora para dentro. Requer reconexão com o que é mais valioso: você mesmo. Por isso, a Universidade da Pessoa® propõe processos que geram recursos de acesso a si mesmo para que você resgate aquilo que ficou estacionado e o transforme, e recupere a autonomia do seu desenvolvimento de dentro para fora.

ACESSO A SI MESMO – QUATRO MANEIRAS

São quatro as maneiras pelas quais você poderá acessar a Si mesmo e retomar seu movimento de dentro para fora: Imersões, Cursos e Workshops, Introdutórios, e Conversas. O Acesso a Si Mesmo para retomar seu movimento de dentro para fora está resumido adiante.

O propósito das imersões é o de preencher a lacuna entre os programas puramente motivacionais e aqueles caracterizados pelas psicoterapias profundas. As imersões são conduzidas de maneira a gradualmente gerar autonomia e autoconfiança no acesso a si mesmo, até alcançar os limites da Self-Therapy (autoterapia).

Imersões

Uma experiência presencial completa que caminha de mudanças evolutivas para autotransformadoras.

É o seu currículo fundamental.

As cinco Imersões propostas pela Universidade da Pessoa® constroem uma experiência completa de si mesmo de maneira gradual e profunda. Combina a profundidade do acesso a Si mesmo com ampliação da consciência psicossocial e autonomia. Tal combinação entre autonomia, ampliação da consciência e profundidade do acesso a si mesmo se torna a proposta mais distintiva que um programa de autodesenvolvimento poderia apresentar. Uma experiência de contato com Si mesmo jamais experimentada em outros programas de autodesenvolvimento.

IMERSÃO 1:

Acesso a si
mesmo como Autodescoberta

IMERSÃO 2:

Acesso a si mesmo como Identidade e Propósito

IMERSÃO 3:

Acesso a si mesmo como Alforria Emocional

IMERSÃO 4:

Acesso a si mesmo como Viver nas Virtudes do Self

IMERSÃO 5:

Acesso a si
mesmo como Self-Therapy

Os Cursos e Workshops são programas específicos que focam temas dentro das quatro jornadas do nosso desenvolvimento. Ainda assim, seus conteúdos estarão sempre centrados em autoexploração, autoindagação e auto-observação.

Cursos e Workshops

Conhecimento e recursos para auto-observação e autoexploração nas quatro jornadas: Pública, Privada, Pessoal e do Self. Formatos online, mistos e workshops.

Os Introdutórios se propõem a te tornar familiarizado com as estratégias, conceitos e práticas que a Universidade da Pessoa® utiliza. Têm curta duração e são liberados para seu acesso.

Introdutórios

Informações e conhecimentos online sobre os principais temas da Universidade da pessoa.

As Conversas serão organizadas ao longo do tempo, com um formato de encontro com pensadores, especialistas ou referências em algum campo do conhecimento.

Conversas

Encontros com profissionais, experts e pensadores de diferentes disciplinas.

Formato online ou presenciais.

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